Eliseu Rigonatti


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Nascimento: 06/11/1913 | Local: Brasil - São Paulo - Santa Cruz das Palmeiras

Por Sérgio Rigonatti

“Escrever sobre meu pai não é tarefa fácil para mim, porque as lembranças sobrevêm aos borbotões. Recordo-me dele escrevendo seus livros em nosso quarto (meu e de meu irmão Arnaldo) na velha escrivaninha, durante as madrugadas frias de São Paulo.





Guardo com carinho nossas idas nas manhãs de domingo às aulas de Moral Cristã, ministrada no Catecismo Espírita Emmanuel, do qual foi um dos fundadores. Mesmo quando morávamos longe, em Pirituba (então um bairro distante pelos padrões da época e cuja condução única era o trem), íamos às aulas de catecismo espírita, ministrada pelos meus tios Arlindo e Maria Rigonatti.

Meu pai Eliseu nasceu em Santa Cruz das Palmeiras, no Estado de São Paulo, no dia 6 de novembro de 1913. Dos 2 anos aos 10 anos de idade, morou em Barretos e, em seguida, até os 12 anos, em Itambé e, dos 12 anos aos 14 anos em Guaraci, sempre no Estado de São Paulo. Concluiu o curso primário em Barretos, tendo-o iniciado em Itambé, com o professor Amador, do qual guardava caras memórias e sempre se referia a tal mestre com muito carinho.


Aos 14 anos veio para a capital de São Paulo e matriculou-se na Escola de Comércio Álvares Penteado, de onde saiu formado guarda-livro, ou seja, em contabilidade. Nesta época, trabalhava durante o dia para estudar à noite. O seu primeiro emprego foi como office boy, na oficina gráfica P. Sarcinelli, onde chegou a ocupar cargos de responsabilidade. Depois trabalhou na empresa de propaganda N.W. Ayer Son. Em seguida, trabalhou na Companhia Dental Primus, fundada por um amigo de infância de Barretos, onde permaneceu até o fechamento da mesma.


Com a falência da Companhia Dental Primus, transferiu-se para São José do Rio Preto a convite do Dr. Lotf João Bassi, onde trabalhou por oito anos. Voltando a São Paulo, trabalhou com outro amigo da juventude, Aldino Garcia, na fábrica de blocos “A Camponesa”. Após certo tempo, transferiu-se para hospital psiquiátrico, onde se aposentou como administrador.

Em 1939, começou a frequentar o Centro Espírita Mensageiros da Paz, onde estudou o Espiritismo e desenvolveu sua mediunidade juntamente com Corina Antunes Garagarza, Etelvina Antunes e com o auxílio do espírito José Cavalcante de Oliveira, diretor espiritual do núcleo.

Foi no então Grupo Espírita Mensageiros da Paz que conheceu sua esposa Cyrennia, que era filha de Corina. Casou-se em 6 de maio de 1944 e teve três filhos: Sergio Paulo, Arnaldo e Ana Maria, a qual nasceu em São José do Rio Preto.
Permaneceu no Mensageiros da Paz até mudar-se para São José do Rio Preto, onde filiou-se à Associação Espírita Allan Kardec, a qual deu o melhor de seus esforços por cerca de oito anos. Nesta ocasião, estruturou os trabalhos espirituais que eram realizados no hospital Adolfo Bezerra de Menezes. Recordo-me perfeitamente do aspecto desolador de tal hospital quando nele eu e meu pai entramos em companhia de Rubens de Campos, pela primeira vez. Todos pudemos acompanhar a transformação pela qual passou o hospital no decorrer destes anos de trabalho cujos pilares foram: dr. Orlando Van Erven, Rubens de Campos e Eliseu Rigonatti.

Regressando a São Paulo, fundou a Sociedade Paulista de Estudos Espíritas, juntamente com um amigo que lhe era muito caro, Ferez Buzard, que ainda hoje o dirige.

Como escritor espírita, fundou o jornal “A Infância Espírita”, cujo primeiro número veio à luz em julho de 1946. Esta publicação, se não foi a primeira, foi uma das primeiras dirigidas à criança espírita.

Em decorrência de seu trabalho dentro do Espiritismo, os livros foram surgindo naturalmente: “52 Lições de Catecismo Espírita”, “O Orador Espírita”, “A Mediunidade Sem Lágrimas”, “O Evangelho dos Humildes”, “Os Meus Deveres”, “Manual Prático do Professor de Catecismo Espírita”, “O Espiritismo Aplicado”, “O Evangelho da Mediunidade”, “O Evangelho das Recordações”, “Vidas de Outrora”, “O Livro dos Espíritos para a Juventude”. Este último, é uma interessante adequação do livro básico da doutrina espírita ao nível cultural dos jovens de hoje.
Concluindo, posso afirmar que mesmo durante os mais duros golpes da vida, ele passava a todos que o conheciam a imagem da fé em Deus, da esperança e da serenidade.
Desencarnou em novembro de 1988. “

Espiritismo

Livros publicados por Eliseu Rigonatti (16) ver mais
    Pelos Caminhos do Espiritismo
    Mediunidade Sem Lágrimas
    O Evangelho Dos Humildes
    Espiritismo Para Jovens
    Espiritismo sem mistérios
    O Espiritismo Aplicado


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