"Por paradoxal que possa parecer, o ídiche é um dos exemplares mais inusitados de uma língua estruturalmente moderna, a tal ponto que nem sequer a destruição da maioria de seus falantes no holocausto e, portanto, de sua base fundante, a sociedade e a cultura aschkenazi, logrou aniquilá-lo por completo. E vemo-lo hoje tentando articular-se a partir de seus destroços, por novos meios e em novos meios, como os vasos partidos da redenção final na versão luriana, retomada por W. Benjamin - metáfora que nos pode servir talvez de símbolo para o que estamos pretendendo fazer aqui".
Como um viajante sem pressa, J. Guinsburg percorre os séculos e retraça a trajetória do ídiche, de sua formação na Idade Média até a vigorosa produção artística, literária e ideológica contemporâneas, visitando as realizações singulares do movimento teatral judaico e de sua arte de encenação. Um "roteiro de viagem pessoal" que resgata para o leitor de língua portuguesa aspectos ainda pouco conhecidos de uma cultura moderna e milenar.