Vou ser honesta: Boulevard não me pegou de cara. O começo tem aquele jeitinho de fanfic de 2014 do Wattpad, com personagens meio rasos, diálogos que parecem forçados e situações que já parecem batidas. A leitura foi lenta no início, e demorou um pouco até eu sentir alguma conexão real com os protagonistas.
Luke e Hasley só começam a ganhar mais profundidade bem mais pra frente. Até lá, a história parece meio superficial, como se estivesse tentando criar um drama intenso sem ter estrutura pra sustentar tudo. E mesmo quando os personagens finalmente evoluem, ainda senti que muita coisa foi deixada de lado, principalmente no que diz respeito aos problemas psicológicos do Luke.
Esse é um ponto que me incomodou bastante. A história levanta questões importantes sobre saúde mental, mas trata tudo de forma muito corrida. Faltou profundidade, sensibilidade, tempo pra desenvolver. Parece que a autora queria chegar logo ao impacto do final e acabou passando rápido demais por temas que mereciam mais atenção.
Mesmo assim, não dá pra negar: o final me destruiu. Foi doloroso, pesado, e me pegou de um jeito que eu não esperava. Depois de fechar o livro, fiquei um bom tempo digerindo tudo. É aquele tipo de desfecho que muda a forma como você enxerga toda a história. Por mais que o livro tenha falhas, foi esse final que fez tudo valer a pena pra mim.
Boulevard é uma leitura cheia de altos e baixos. Começa fraco, melhora aos poucos e termina com um impacto que dificilmente sai da cabeça. Não é uma leitura perfeita, longe disso, mas tem algo ali, no meio de tudo, que ainda consegue tocar. E isso, no fim, acabou sendo o mais importante pra mim.