Esta é uma carta que chegará com anos de atraso, falando sobre os dias que a memória não alcança. Um conto epistolar escrito a um sobrinho ainda bebê.
"Ontem você chorou de dor e resolvi lhe escrever estas palavras. [...] Tantas coisas ainda têm tão pouco significado que é como se tudo ainda não tivesse nascido. Tudo ainda está por chegar, embora você já esteja aqui.
Em outras palavras, quando nos damos conta de que estamos aqui, há muito tempo chegamos e nem percebemos o processo gradual de todas as outras coisas que chegam. É uma das trapaças da vida: só percebemos aquilo que foi, não aquilo que é. O dia de hoje só chega amanhã."
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