O INEG - Instituto do Negro de Alagoas tem refutado as concepções teóricas que apontam para o perigo do uso da "raça" como categoria mediadora de ação política na contemporaneidade. Acredita-se que os que assim pensam são considerados antihumanistas, defensores da essencialização e do absolutismo étnicos. Os pesquisadores desta coletânea, ao contrário, afirmam que a "raça" como categoria sociopolítica, pode ser um mecanismo, uma contranarrativa criativa para reestruturar as relações étnico-raciais. Argumenta,, por meio de suas bases teórico-ideológicas, que a plasticidade da "raça" e seus aspectos sui generis na formação social brasileira é o que possibilita a permanência do racismo.
Através de uma cartografia de temas como educação, ensino, currículo, religiões de matriz africana, identidade racial, mulheres negras, cultura Rastafári, Hip Hop, dança, capoeira e diáspora, esses jovens pesquisadores apontam para a denúncia do caráter estruturante da "raça" e do racismo na sociedade brasileira e suas particularidades no Estado de Alagoas. Seus estudos não apontam apenas para as bases dos valores da branquitude e das hierarquias raciais existentes. Por isso, a leitura desta obra conduzirá para o entendimento da "raça" e do racismo como modos hierárquicos, socialmente gerados, de ver o mundo e viver nele.
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