Uma das mais polêmicas instituições brasileiras, a Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor tem sido marcada por fugas, rebeliões e casos de extrema violência e perversidade que explicitam a situação preocupante da juventude brasileira, ligada ao crime e às drogas. Cada vez mais olhares da sociedade voltam-se para a Fundação, marcada por acusações de tortura e de maus tratos contra os internos, o que por sua vez lança dúvidas sobre a capacidade do Estado de lidar, efetivamente, com o problema do menor infrator. A imprensa, o ministério público e as organizações não-governamentais têm algo a dizer e o dedo a apontar. Agora pela primeira vez, os funcionários da FEBEM abrem-se para revelar a sua experiência. A eles, que têm contato direto e diário com os menores, sempre foi negada a possibilidade de expressar o seu descontentamento com suas condições de trabalho, com a negligência do Estado tanto com os internos quanto com os próprios profissionais encarregados dos seus cuidados e a estigmatização que sofrem da própria sociedade. Paulo Sérgio Farias e Laércio José Narciso, dois experientes funcionários, passaram por rebeliões e agressões físicas, tentaram criar os seus próprios projetos de recuperação de menores, testemunharam e analisaram o funcionamento das unidades da FEBEM, e agora estão no centro das mais recentes polêmicas envolvendo a Fundação. Toda a sua experiência e suas idéias estão expostas neste livro.