Desde os primórdios das civilizações, o comércio estimulou as
viagens de exploração. Foi a primeira atividade econômica de
comunicação entre os povos, com base na troca. No caso do
Brasil, as primeiras atividades de comércio foram estabelecidas com os
povos nativos, logo após a chegada da esquadra de Cabral.
Sempre à procura de riquezas, os colonizadores enveredaram pelo interior do país, estendendo fronteiras e semeando cidades. Exploradores
com os mais diversos objetivos seguiram pelo sertão. No século 17, os
caminhos do ouro tinham já seus habitantes, que ofereciam água, alimentos e hospedagem aos viajantes.
Os tropeiros cruzaram o território carregando mercadorias para
abastecer, sobretudo, os trabalhadores da mineração. O progresso atraiu
os mascates, que percorriam vilarejos exibindo produtos sofisticados,
trazidos da metrópole. Nesses primeiros núcleos urbanos, o Brasil ganhou suas feiras livres. Os armazéns constituíram-se em pontos de
abastecimento permanente.
A descoberta das minas goianas, em torno de 1720, abriu nova trilha
pelo interior paulista, logo denominada Caminho de Goiases. Não distante da vila de São Paulo, entre Jundiaí e Mogi Mirim, a rota cruzava
um conjunto de campinas, logo convertido em área de descanso para os
viajantes. Pouco tempo depois, fl orescia ali um entreposto comercial. Do
mercado surgiu uma freguesia, depois uma vila e, mais tarde, a cidade de
Campinas, cujo desenvolvimento se deu na esteira da atividade agrícola
organizada, especialmente com o cultivo de cana-de-açúcar e café.
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Décadas depois, a industrialização converteu Campinas em uma das
mais importantes regiões metropolitanas do país, destacando-se, também, como pólo comercial e educacional.
A pesquisa feita em Campinas, que dá origem a essa publicação, evidencia esse fenômeno de crescimento. Identificam-se personagens que
se envolveram com a atividade comercial e de serviços, e o otimismo
na narrativa demonstra a busca constante de novos desafios e de novos
negócios. São eles que, verdadeiramente, impulsionaram e impulsionam o desenvolvimento da região ao reconhecerem as necessidades de
cada tempo vivido.
Agradecemos aos que aqui participaram com seus documentos pessoais, lembranças, objetos e fotografias. Graças à vivacidade dos relatos,
foi possível conhecer as peculiaridades da atividade comercial de bens
e serviços de Campinas, que é a base sobre a qual se afirma a própria
história da cidade.
Abram Szajman
Presidente da FCESP e dos Conselhos Regionais
do SESC e do SENAC de São Paulo
História / História Geral