No princípio houve um mar de sombras. O verbo incomodou-se com intramuros — a maldição do Poeta, pois será eterno, e o provocou com versos magros, separando as águas da terra, alagoando o sertão com palavras, curitibando maturidade.
Fabio “cerze o céu com faíscas loucas”, “elétricas favas” em “ecos escorridos”, “úteros”, que “retumbam por sobre o chumbo” de poeta cozedor de palavras. Perceberam as aspas? É a coragem de quem não se perde à deriva em temporais no espaço-tempo, pois se compraz e se reproduz em cânticos sem censura. É amante de sua poesia. Eu cantaria todos os seus poemas! Cante-os você também. Imagine a melodia. Ela é sal na língua, apimentando o desejo que a tempestade nos leve nesta obra inaudita!
O velado cerrado desnudou-se! Cantos Temporais sempre estiveram sussurrados em nossos ouvidos. Só não os tínhamos percebido ainda.
Carlo Benevides
Escritor e Editor
Literatura Brasileira / Poemas, poesias