Um catador de caranguejo no mangue carioca, no século XIX, é convocado para integrar as forças armadas brasileiras na Guerra do Paraguai. Cosme é um homem ou um caranguejo ou um soldado ou um operário. Traumatizado pelos horrores do campo de batalha, volta à sua cidade, mas encontra um cenário irreconhecível: um Rio de Janeiro em convulsões urbanísticas - uma cidade, para ele, irreconhecível e com sabor de exílio. Cosme, ex-combatente da Guerra do Paraguai, dispensado por ter enlouquecido na batalha, volta nos anos 1870 ao Rio. Procura o Mangue - a parte da cidade então chamada Rocio Pequeno, hoje a Praça 11 - e se emprega na construção do canal que representou a primeira grande obra de saneamento do Rio. Mais uma vez é presa de uma crise - abandona tudo, vaga pela noite, mergulha no delírio. Apanhado por uma tempestade dessas tão conhecidas dos cariocas, torna-se enfim um caranguejo.
Drama