Dinamarca, século 17. Numa pequena vila, um pastor severo aponta uma velha mulher como feiticeira e a condena à fogueira. Ao saber que sua jovem esposa tem um amante, ele morre, e ela, por sua vez, é acusada de feitiçaria e condenada às chamas. Carl Dreyer filmou “Dias de Ira” em 1943, durante a ocupação nazista da Dinamarca, e fez da obra uma alegoria sobre a intolerância em nome de ideais de pureza.
Após se estabelecer como grande poeta visual no período silencioso, com um estilo rigoroso que o aproxima de mestres da pintura, o cineasta dinamarquês passou ao sonoro incorporando a palavra como forma capaz de amplificar a tragédia humana, de reverberar o combate entre luz e trevas, entre corpóreo e metafísico, influenciando herdeiros nórdicos, como Ingmar Bergman e Lars von Trier.
Cinema