Foi entre as montanhas de Petrópolis (RJ) que o austríaco Stefan Zweig (1881-1942) se matou. Foi também lá que, com laivos de otimismo, concebeu o livro que expressaria o carma nacional: Brasil, País do Futuro. O que teria levado o escritor a, pouco antes de suicidar-se, lançar um olhar assim esperançoso sobre o lugar onde se exilou? Contraditório, Zweig acabaria por espelhar, ele mesmo, outro de nossos carmas: Brasil, país das contradições.
Nação de imensas potencialidades econômicas e naturais água à farta, recursos minerais a explorar e uma reserva de petróleo que os geólogos apostam ser a terceira do mundo , o Brasil, a despeito dos avanços, caminha rumo ao futuro com um dos maiores índices de desigualdade do mundo, com cidades que cresceram de forma caótica e um sistema educacional falho. Vivemos, até hoje, a contradição entre crescimento e atraso, beleza geográfica e feiura urbana, grandeza e pequenez.
Para comemorar seus 18 anos, CartaCapital resolveu usar a própria efeméride para sondar, mais uma vez, as hipóteses para esse futuro que Zweig rascunhou como redentor. Que país teremos daqui a 18 anos? Em busca de respostas, ouviu os economistas Delfim Netto, Luiz Gonzaga Belluzzo e Carlos Lessa, o ministro Celso Amorim, o embaixador Rubens Ricupero e os pesquisadores Luiz Antonio Oliveira (IBGE) e Renato Meirelles (Data Popular).
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