A Carta de Guia de Casados é uma das obras de autoria de D. Francisco Manuel de Melo, publicada em 1651 na oficina de Paulo Craesbeek em Lisboa.
A obra foi escrita a pedido de um noivo, que acabou permanecendo anónimo, mas que decerto pertencia à fidalguia do tempo, em dois meses de prisão na Torre Velha (situada na margem esquerda do rio Tejo, defronte da Torre de Belém), entre janeiro e março de 1650.[1]
Foi redigida de um só fôlego, sem divisões em capítulos ou partes. O texto trata de uma série de questões pertinentes ao tema implícito no título da obra, especialmente destinadas àqueles que se dispunham a enfrentar as vicissitudes do matrimônio.[1]
Estribado na sua variegada e profunda experiência mundana (era solteiro e conquistador), e não no saber contido nos livros, dá conselhos de vária ordem, desde o governo económico da casa, o trato com as criadas, até o convívio entre cônjuges, os ciúmes, etc.[1]
Fundamentando-se na moral cristã, atribui à mulher função subalterna à do marido e um âmbito geográfico que terminaria nas quatro paredes da casa: a seu ver, a mulher deveria ser praticamente analfabeta e submissa para ser feliz.[1]
A Carta de Guia de Casados, além de possuir grande interesse literário, linguístico, psicológico e histórico, não se assemelha a nenhuma outra anterior dedicada ao mesmo assunto, nem com as escritas por portugueses.[1]
Fonte: Wikipédia