Alice Bailey, em Cartas para Meditação Ocultista, descreve dois tipos básicos de pessoas: o ocultista e o místico. Ela dá explicações que considero magistrais. Encontro uma divisão em Oswaldo Wirtz, que tem a mesma tônica, referindo-se ao ocultista, como masculino, positivo, e ao místico como feminino, negativo.
Os ocultistas buscam uma visão sintética por meio de uma interpretação feita com seriedade e vagar. Instituem um ritual, uma técnica de interpretação e vários artifícios para conseguir um consenso consigo mesmo e com o objeto de interesse.
É o contrário que acontece com os místicos, que já têm essa visão sintética e buscam apenas interpretá-la e adequá-la aos arcanos tirados para uma questão determinada. Digo "questão" pois é indiferente se é para uma pessoa, um evento ou empresa.
Particularmente, minha tônica é mística: eu visualizo antes e, depois, interpreto os arcanos. A interpretação é checada constantemente pela modificação da visualização, seja para melhor ou para pior. A prática nos faz prescindir (até um certo ponto) das cartas e ficarmos apenas na visualização. Digo "até certo ponto" pois os arcanos constituem forças potentes e suas posições ou a seqüência com que é tirada pelo consulente – através do tarólogo – constituem verdadeiras mandalas e isso não pode ser desprezado. Ou até poderia, mas eu não aconselharia, sob pena de perder um elemento precioso. Mais ainda, porque as cartas e sua seqüência devem ser uma imagem análoga à da visualização. Caso contrário, perderia todo o sentido e nos tornaria farsantes...