Entre as montanhas, uma planície. A pequena vila de Biribiri, na Serra do espinhaço, é o cenário desse romance comovente. Luz Marina, a narradora de Ádlei Carvalho, nos diz que foi preciso fazer as pazes com o tempo. A declaração por si só nos remete à sua vida na pacata vila, mas também nos sinaliza, em toda a sua amplitude, para os desdobramentos de memória quando esta, com noventa anos, narra à neta Patrícia sua história de resistência. Mesclando relatos atuais ao fluxo de lembranças, o enredo nos remete à filósofa Jeanne Marie Gagnebin quando nos disse que “nosso dever consistiria em preservar a memória, em salvar o desaparecido, o passado, em resgatar como se diz, tradições, vidas, falas e imagens.”
Literatura Brasileira / Romance