Recentemente os cientistas confirmaram o que os amantes de chocolate sabiam desde o início: o "negócio" é bom mesmo para a saúde. É o presente preferido entre os namorados, tem mais antioxidantes do que o vinho tinto e contém feniletilamina, molécula produzida no hipotálamo que detona no corpo a mesma sensação estonteante que experimentamos quando localizamos, numa sala cheia de pessoas, o objeto de nossa afeição. No final das contas, nada se compara ao chocolate. E é sobre ele que Mort Rosenblum fala em Chocolate – uma saga agridoce.
Nesta narrativa deliciosa, Mort Rosenblum, o premiado autor de "Azeitonas" e de "Um Ganso em Toulouse", mergulha no complexo universo do chocolate. Ele nos apresenta as diferentes variedades de cacaueiros, os inúmeros tipos de chocolates e os efeitos destes sobre a mente, o coração, a silhueta e a libido. Do mole problano – galinha com chocolate e chile –, do antigo México, que leva dias para ficar pronto, aos sofisticados palets d’or franceses – pequenos quadrados, com recheio cremoso, dentro de uma cobertura dura e fina de um sedoso chocolate –, que têm inscrições feitas com pedacinhos de ouro puro, passando pelos impérios Hershey, Godiva e Valrhona, Rosenblum traça o caminho do chocolate desde suas origens até os dias de hoje.
Entre os maias, as sementes do cacau eram moeda-corrente e iam para o túmulo com os reis. Os astecas consideravam seu cocahualt sagrado. A bebida, preparada com as sementes do cacau, podia incluir farinha de milho, chiles apimentados e especiarias aromáticas. O suposto efeito afrodisíaco do chocolate apimentado dos astecas inflamou a imaginação dos espanhóis. Há depoimentos afirmando as propriedades fortificantes e antifadiga do chocolate. Reis e rainhas em toda a Europa eram reconhecidos choco-dépendant, o que poderíamos chamar de chocólatras com classe.