Cida Moreira

Cida Moreira Thiago Sogayar Bechara


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Cida Moreira


A Dona das Canções




No final de 2007, o então estudante de jornalismo Thiago Sogayar Bechara dava início às primeiras pesquisas que resultariam em seu Trabalho de Conclusão de Curso da graduação, a reportagem biográfica “Cida Moreira: A Dona das Canções”, cujo lançamento aconteceu no dia 17 de dezembro de 2012, a partir das 19h, no Museu da Imagem e do Som – MIS de São Paulo (Av. Europa, 158). Desde então, o jovem – que já trazia dois livros de poesia na bagagem -, encantou-se definitivamente com o gênero de perfis e biografias, dando sequência à sua descoberta com uma série de trabalhos os quais, feitos posteriormente, acabaram saindo antes, por questões editoriais: “Imara Reis: Van Filosofia” (Imprensa Oficial, 2010), “Luiz Carlos Paraná: O Boêmio do Leite” (Independente, 2012), “A linguagem corporal circense: interfaces com a educação e a atividade física” (Phorte, 2012).


Thiago e Cida Moreira conheceram-se em 2006 como aluno e professora de técnica vocal - indicação da atriz e diretora Denise Del Vecchio. Desde então, aproximaram-se também como amigos, donde surgiu o fascínio pelo consistente trabalho da cantora, atriz e pianista paulistana que estreou profissionalmente em 1977, na primeira peça de Alcides Nogueira, dirigida por Marcio Aurelio. Desde então, passou por grupos importantes para a história do teatro brasileiro como Ornitorrinco e Pod Minoga. Foi convidada por Chico Buarque de Hollanda para atuar na montagem original do musical “Ópera do Malandro”, em 1978, ao lado de Cacá Rosset, Maria Alice Vergueiro, Elba Ramalho, Marieta Severo e outros; e seguiu conciliando sua carreira como psicóloga em montagens como “Mahagonny songspiel”, até decidir lançar-se aos palcos definitivamente. Seu primeiro show solo foi “Summertime”, direção de José Possi Neto, gravado ao vivo no Teatro Lira Paulistana e lançado em LP antológico.


Partindo de uma metodologia de trabalho distinta da maioria dos perfis lançados pela Coleção Aplauso, coordenada pelo crítico Rubens Ewald Filho, e tendo em vista as necessidades exigidas pela versão acadêmica de seu projeto, o autor optou, em “Cida Moreira: A Dona das Canções”, por uma narrativa em terceira pessoa, o que permitiu não apenas uma inclusão mais orgânica dos depoimentos e pontos de vista de todos os entrevistados, mas igualmente de momentos de contextualização histórica, visando ao enriquecimento do texto para o melhor dimensionamento da importância da atuação de Cida Moreira no cenário cultural do País, o que foi obtido por meio de pesquisas e consultas bibliográficas.


Alguns dos temas abordados em paralelo e que dialogam diretamente com a carreira de Cida podem ser exemplificados aqui em casos como o do cinema da Boca do Lixo; o teatro épico de Brecht e o efeito de distanciamento; os grupos de teatro amador da cidade de Assis; a indústria cultural e os modos de produção independente na música e no teatro dos anos 1970 e 1980.


Foram entrevistados parentes, amigos e artistas do teatro e da música brasileiros, tais como: Chico Buarque de Hollanda, Elba Ramalho, Zélia Duncan, Alcides Nogueira, Marcio Aurelio, Emiliano Queiroz, Denise Del Vecchio, André Frateschi, Arrigo Barnabé, Gil Reyes, Paulo e Juvenal Campiolo (irmãos), Julia Porto (filha), Dunga Brunet, Guilherme de Almeida Prado, Imara Reis, Humberto Werneck, Zuza Homem de Mello, Julio Medaglia, Sábato Magaldi, Arnaldo Contier, João Batista de Andrade, José Possi Neto, Zé Pedro Antunes, Tato Fischer, Eduardo Dussek, Camilo Carrara, Omar Campos, Denise Stoklos, Victor Nosek, Osório Lemaire (Rádio Marconi), dentre outros, além, claro, da própria Cida.


Outra fonte fundamental de pesquisa foi o acervo fotográfico da cantora, que arquivou durante mais de três décadas programas, fotos, desenhos, matérias de jornal, revistas, roteiros de shows aqui e fora do País. O livro traz grande quantidade dessas imagens, cujos autores, tais como Bob Wolfenson e Gal Oppido, em sua maioria, foram encontrados por Thiago para que autorizassem seu uso. Desse modo, a narrativa do livro foi ilustrada desde a infância, compondo, também ela, uma biografia visual bastante eficiente da artista que ficou associada à linguagem dos cabarés, revigorando no Brasil a obra musical de Bertolt Brecht, Kurt Weill, Tom Waits e muitos outros. Além disso, lançou-se a diversas searas e estéticas diferentes, propondo sempre um tipo de criação estimulante, desafiador e diversificado, tendo dedicado shows e discos de cunho bastante autoral a compositores como Chico Buarque, Cartola, George Gershwin, Cole Porter, e outros tantos.


Escrito com a pena do entusiasmo e da admiração, o livro não deixou de ter sempre em vista a necessidade de uma metodologia de trabalho detalhada e capaz de dar conta dos erros e acertos da carreira da artista, o que não impediu, evidentemente, que o autor se manifestasse claramente em alguns momentos pontuais do texto, buscando seguir a melhor tradição do chamado Jornalismo Literário, e deixando explícito, com isso, o caráter subjetivo que inevitavelmente permeia um livro desta natureza

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'A dona das canções' perfila com paixão Cida Moreira, cantora brasileira (Texto do cr
on 14/2/13


É evidente a paixão com que Thiago Sogayar Bechara, jovem jornalista e escritor paulistano de 25 anos, perfila Cida Moreira ao longo das 288 páginas de livro recém-editado na Coleção Aplauso Música. Entretanto, tal paixão não dilui a objetividade do relato jornalístico da trajetória da cantora e atriz, feito com precisão em Cida Moreira - A dona das canções. Concluído em 2008, o trabalho de pesquisa e redação da biografia exclui - por conta da edição tardia do livro - toda a projeção o... leia mais

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Thiago
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13/02/2013 19:20:40

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