Meu medo é esbarrar num muro decente, tão decente a ponto de querer me atirar de cabeça contra sua carne concreta. Enquanto isso não acontece, mantenho o martelo na mão e vou tirando o reboco dos outros. Cada minuto que passam comigo é perigoso, estruturalmente perigoso. De pancada em pancada, vou fazendo cair toda boa impressão que antes tinham de mim, logo recolho os detritos e deles fabrico a enlouquecida tinta com que pinto meu rosto todo dia de manhã, antes do café.