"Ele estava todo de cinza, com exceção da gravata branca de nó simples. A cor e a pouca luz escureciam seus olhos, fazendo-os brilhar. Novamente, Lucinda teve a sensação inquietante de que ele podia ler seus pensamentos.
— Eu plantei as mudas — disse ele subitamente.
— Ah, sim? Ótimo.
— E nós fizemos um acordo.
Minha nossa.
— Sr. Carroway, você não precisa…
— Robert — interrompeu ele.
— Robert, então. Fico grata pela oferta, mas, realmente, não é…
Devagar, ele estendeu a mão e tocou seu rosto, os dedos roçando em sua pele como se esperasse que ela fosse evaporar.
— Eu disse que ajudaria — murmurou ele — e é o que farei.
Um arrepio desceu pela coluna de Lucinda. Tivesse Robert aceitado as rosas ou não, ela não esperava que voltasse a mencionar o acordo. E não esperava se sentir tão… eufórica com aquele toque."
***
As melhores amigas de Lucinda acabaram se casando com os homens que deveriam educar. Prática e sensata, ela decide encontrar alguém que precise de uma lição, mas que ao mesmo tempo seja uma boa opção de marido. Essa pessoa, contudo, não é Robert Carroway. Ele é teimoso, mal troca duas palavras com ninguém, raramente sai de casa e é odiado pelo pai dela. Por que, então, Lucinda não consegue parar de pensar em seus belos olhos azuis mesmo quando está perto do seu noivo em potencial?
Há três anos, Robert vem sendo atormentado por suas lembranças da guerra. Mas o jeito despretensioso de Lucinda, sua serenidade e bondade parecem ser capazes de afastar o pânico que o consome diariamente. Assim, quando ela escolhe o alvo de suas lições, ele se oferece para ajudá-la, vendo uma oportunidade de voltar à Sociedade e tranquilizar sua família. O problema aparece, no entanto, quando Robert se vê desejando ser o homem vítima das lições de Lucinda e, consequentemente, a quem ela vai entregar seu coração.
Romance