Há uma prática que articula e organiza o social e, consequentemente, o político, o cultural e o econômico, a partir das tecnologias e das lógicas que acompanham a sua constituição, que é esmiuçada por meio de estratégias discursivas utilizadas pelos detentores do capital que as apresentam como se aquelas fossem apenas ferramentas desprovidas de um processo que as medeiam como prática social e, mais, ainda como se fossem neutras ou autônomas. Esta obra explicita o caráter construído e político das tecnologias contemporâneas fazendo os leitores refletirem sobre a posição passiva que os cidadãos estão adotando diante das transformações e dos progressos tecnológicos propostos pela sociedade técnico-científica dos experts/especialistas. Argumenta-se nesse texto que a política tecnológica vigente favorece o status quo e que é comum se pensar o fenômeno tecnológico associando-o a progresso, desenvolvimento e crescimento de PIB, afinal, que nações não buscam isso? No entanto, a proposta aqui é de complexificar a reflexão sobre tecnologia e sistemas resgatando o papel da política e do ser político contidos no processo de se desenvolver tecnologias.
Administração / Sociologia