O que leva uma pessoa a assumir um posicionamento fascista? Afinal não é o mesmo que dizer: "sou capitalista" ou "sou socialista"? Não parece o mesmo, mas as aparências enganam. Prova disso é que desejar a manutenção ad eternum de um sistema político e econômico que coloca o capital acima da sociedade já não desperta qualquer constrangimento.
Sob a ótica de "O Fazendeiro", os bons tempos eram quando as coisas funcionavam e as famílias estavam mais seguras, sem tanto marginal pela rua. Já "O Economista" sente raiva por estar morrendo e por ter tanta gente andando por aí pelas ruas, brincando com o corpo e com a saúde, tanta gente se entupindo de porcaria.
"O Policial" detesta baderneiros, gente que tumultua, gente que protesta e invade repartição pública sem nem saber por qual o motivo. Ele não perde tempo divagando sobre os princípios morais do direito de greve. "O Escritor" não vê motivos para esconder nada e promete revelar, não só suas convicções políticas, mas também suas convicções religiosas.
A questão central é: o que leva uma pessoa a assumir-se fascista?
Há necessariamente um crime nisto?
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