A presente obra, Contos cretinos, inaugura, com sete histórias irreverentes, o Movimento da Literatura Cretinista. É isso mesmo que você acabou de ler!
Pensando que alguma coisa precisava ser feita urgentemente e que está tudo correndo meio solto em termos literários (porque vivemos tempos cretinos), tomei a irretroativa decisão de criar algo que se ajustasse ao nosso pacato contexto intelectivo.
Diferentemente do que têm feito hoje por aí (leia-se estórias de fantasia, as quais, diga-se de passagem, só ficam nisso mesmo e acabam por anestesiar a mente dos que ainda se aventuram a ler algo), meu humilíssimo projeto literário pretende transubstanciar a realidade do agora, não do ontem.
E, para começo de conversa, “contemporaneidade” uma ova: nós estamos é na Era Cretina (estudos apontam).
Assim, caros leitores, meus irmãos, meus iguais, apresento, dentre outras mil maravilhas, o narrador onipalrante: um verdadeiro cretino (no sentido popular): que é preconceituoso... que é conivente... que é corrupto... que é vendido; além do que, sabe das coisas por ouvir dizer, mas não se faz de rogado e ainda assim se acha no direito de comentar de tudo um pouco, destilando a torto e a direito seu veneno raso e superficial, com extrema dificuldade para enxergar a própria desimportância.
E só Deus sabe o quanto isso é belo!
Eis o porquê de, em minhas narrativas, figurarem personagens requintadamente toscas, ineptas, que se esgueiram pelos becos de suas limitações sensoriais. Tateiam no escuro acreditando estar orquestrando o movimento das engrenagens do universo, quando na prática não passam de peões encavalados.
Peço desculpas se me excedi, mas é que você precisava dessa injeção de ânimo para finalmente se debruçar sobre este modesto, porém “caprichado” exemplar (cheio de aspas e parênteses como prova da minha boa vontade).
Então é isso! Aproveite.
Literatura Brasileira