Há coisas estranhas, extravagantes, excêntricas que nos arremessam a paisagens oníricas e circunstâncias absurdas. Há, em síntese, coisas insólitas.
Um homem tem a sua liberdade tolhida por uma obra de arte valiosa e disputada: uma tatuagem na própria carne (“A Tatuagem”, de Saki).
Durante a Guerra Hispano-Americana, um misterioso porta-bandeiras pratica uma heroica ação (“D.Q.”, de Rubén Darío).
Um excêntrico médico emprega um método nada ortodoxo para “curar” uma velha senhora (“Meu Ilustre Amigo Selsam”, de Erckmann-Chatrian).
Um homem tem um cérebro de ouro, fado o que o torna imensamente rico, mas o sujeita a uma existência adversa (“A Lenda do Homem do Cérebro de Ouro”, de Alphonse Daudet).
A filha de um famoso escultor nasce com pernas de mármore (“As Pernas de Mármore”, de Carlos Mesía de la Cerda).
Meio gato, meio cordeiro, um animal parece humanizar-se na angústia de sua híbrida e contraditória existência (“O Ente Híbrido” de Franz Kafka).
Um povo, cujos governantes se curvam ao terrível domínio de estrangeiros bárbaros e nômades, enfrenta um destino de atribulações que parece desconhecer os verdadeiros opressores (“O Velho Manuscrito” de Franz Kafka).
Tudo o que aquele pobre homem quer é que acreditem que ele está realmente morto (“O Homem Morto”, de Leopoldo Lugones).
Um Demônio conta uma fábula sufocante, primorosa. E descreve com maestria toda a angústia e desolação de um ambiente onírico, tétrico e convulso, dominado por entes excêntricos (“Silêncio — Uma Fábula”, de Edgar Allan Pöe).
Um poema em prosa em que, antecipando o profundo e desolado mundo de Franz Kafka, o grande poeta francês medita sobre o terrível fardo da existência (“Cada Qual com a sua Quimera”, de Charles Baudelaire).
Fantasia