Contos sardos

Contos sardos Grazia Deledda


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Literatura Livre




Grazia Deledda não é apenas uma das maiores escritoras da literatura italiana. Seus relatos sobre a vida de moradores das regiões montanhosas da Sardenha são uma espécie de antídoto para o nosso mundo digital de conectividade ininterrupta.

Os contos compõem uma verdadeira ode à resiliência, nos quais são retratadas as vidas de personagens que lutam contra a crueza do mundo real, enfrentando a fome, as doenças e os infortúnios da vida. Um cotidiano no qual o pragmatismo obriga, em nome da sobrevivência, a superar a magia e superstição.

A literatura de Deledda se alimenta dessa intersecção. Na ilha de Deledda, a paisagem é, ao mesmo tempo, hostil e transcendentalmente bela. Esse ambiente de sonho praticamente empurra seus personagens para um universo que se impõe como uma sombra entre o real e o imaginário.

Em seus Contos sardos, Deledda apresenta as peculiaridades de uma região da Itália que, além da natureza ímpar, é igualmente única em sua construção histórica. Encruzilhada do Mediterrâneo, a Sardenha já foi invadida e ocupada por romanos, espanhóis, franceses, piemonteses, sicilianos e árabes — não é por acaso que a bandeira da Sardenha leva em seu centro a imagem dos “quatro mouros”. Paradoxalmente, o isolamento desse povo insular é, ao mesmo tempo, o resultado de séculos e séculos dos mais diversos tipos de contato com outras civilizações. A própria Deledda, em uma carta enviada em 1892 para o escritor e linguista italiano Angelo de Gubernatis (1840-1913), escreveu: “Em breve lhe enviarei meu retrato: sou pequena, pálida e morena, um pouco espanhola, um pouco árabe, um pouco latina”.

Essa particularidade está profundamente presente nos contos de Grazia Deledda. Vencedora do Nobel de Literatura em 1926, sua obra é universal exatamente por falar de seu povo e suas tradições. Ao escrever sobre essa população miscigenada e sua cultura híbrida, onde mágicos e padres possuem poderes tão reais quanto sobrenaturais, onde a religião e as questões ligadas à sobrevivência diária estão umbilicalmente conectados, onde o real e o maravilhoso são uma única coisa, Deledda se torna imprescindível.

Sua literatura versa sobre situações extremas, a vida real e os tormentos e conflitos morais e religiosos que a cercam. São contos sobre as dificuldade de enfrentar a existência. A escrita para Deledda é, portanto, uma posição frente a vida, uma declaração, um posicionamento. Segundo disse: “eu nasci na Sardenha. Minha família era composta por pessoas sábias, mas também de indivíduos violentos e com certa visão artística do mundo. Em casa tínhamos autoridade e também uma biblioteca. Quando comecei a escrever, aos dezesseis anos, minha família se opôs. No entanto, o filósofo avisa: ‘quando um estudante começa a escrever poesia, repreenda-o e mande-o caminhar pelas montanhas; se o encontrar escrevendo poesia pela segunda vez, puna-o novamente; se ele escrever poesia pela terceira vez, deixe-o em paz pois é um poeta.’”

Disponível: https://literaturalivre.sescsp.org.br/ebook/contos-sardos

Ficção

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Este e-book é um edição bilíngue, português e italiano, que faz parte da Coleção Literatura Livre, que tem como propósito reunir obras de autores cujas as origens contribuíram para a formação cultural de nosso país. Resumidamente, ele exibe uma seleção de 8 contos de Grazia Deledda (1871-1936). Inexplicavelmente, a escritora jamais desfrutou de grande popularidade no Brasil, apesar de ser considerada uma das maiores expressões literárias da Itália entre os séculos XIX e XX, inclusive,... leia mais

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Reticente da Silva
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setimofilho88
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12/12/2021 10:34:44

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