Convergências

Esta coletânea de ensaios de Octavio Paz - prêmio Nobel de literatura de 1990 - oferece-nos o vasto e sutil conhecimento de quem há anos se dedica ao estudo de ampla gama de assuntos socioculturais. Assim, Paz coloca sua erudição e brilho intelectual para discorrer sobre temas tão variados como ritos religiosos astecas e moderna poesia americana, arte e religião orientais e erotismo, as quimeras da ideologia política e o deleite das descobertas estéticas.
Como as culturas colidem ou convergem é matéria recorrente nos ensaios de Paz. Em "Convergências" observamos os pigmeus da Nova Guiné fugirem aterrorizados aos acordes de uma canção de amor passional de Edith Piaf que os exploradores da região escutam extasiados. A glassolalia, ou faculdade de falar línguas desconhecidas, é ligada à poesia fonética do dadaísta alemão Hugo Ball e à cerebral do chileno Vicente Huidobro. Acompanhamos também um desconhecido poeta mexicano introduzir a forma do haiku japonês na poesia nativa. Nas críticas à arte moderna, descobrimos como vida e obra de Pablo Picasso se confundem com a própria história da arte do século XX. Outros ensaios abordam ainda o marxismo, o misticismo tântrico e as semelhanças entre dois grandes vultos da literatura universal: Shakespeare e o escritor espanhol Lope de Vega.
Neste livro, de leitura imprescindível e consulta permanente, Octavio Paz - também laureado com o prêmio Cervantes de 1981, o mais importante do mundo hispânico - revela as convergências de nossa era, o cruzamento de tempos, espaços e formas.