Maria Eduarda não tem nada contra carnavais — exceto aqueles em que era obrigada a sair do meio de sua maratona literária. Problema que ela não teria, se não tivesse uma irmã mais nova que não dispensava uma festa, e pais que adoravam fingir que viviam numa reencenação de "10 coisas que odeio em você". Outra coisa que Duda não precisaria lidar, se não houvesse a tal irmã, era a melhor amiga e companheira inseparável dela. Não que Maria Eduarda não gostasse (da irmã ou da tal melhor amiga), mas era apavorante ter GAY PANIC toda vez que Sol aparecia. Especialmente quando naquele carnaval em específico, sua irmã decidiu viajar para um sítio no fim do mundo com todos os amigos. E seus pais decidiram, sem perguntar nada, que Duda iria com ela. Logo Duda, que tinha uma pilha de livros para colocar em dia, depois de decidir trancar o curso que fazia e recomeçar do zero no cursinho pré-vestibular, viajar entre adolescentes felizes por serem calouros da faculdade, com hormônios demais no corpo e sensatez de menos na cabeça.
Será que seria possível passar pelos quatro dias de feriado sem fazer papel de idiota, especialmente quando Sol orbitava seu mundo sem se dar conta do efeito que causava? Era isso que Maria Eduarda descobriria, dessa vez sem a menor ajuda de todos seus personagens preferidos.
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