Cranford é um dos romances mais conhecidos da escritora inglesa do século XIX Elizabeth Gaskell. Foi publicado pela primeira vez em 1851 na Inglaterra, depois de Mary Barton, em 1848, como uma série na revista editada por Charles Dickens e, agora, pela primeira vez no Brasil. A história se passa na fictícia Cranford, uma cidade inglesa interiorana, em meados do século XIX, quase exclusivamente habitada por mulheres. Narrado em primeira pessoa por Mary Smith, uma visitante assídua da localidade, o livro conta as aventuras de Miss Matty e Miss Deborah, duas irmãs solteironas que se esforçam para viver com dignidade em circunstâncias de escassez. É um relato pontuado por ironia, mas que dá uma visão bastante completa do cotidiano das mulheres inglesas da classe média no século XIX. É uma leitura bastante agradável para quem deseja conhecer melhor a sociedade da época vitoriana. Solidamente baseado na tradição da ficção realista, Cranford foi inspirado na vida da própria autora e no pequeno vilarejo de Knutsford Cheshire, onde ela foi criada por sua tia materna, Hannah Lumb, após a morte de sua mãe.
Crítica: Cranford é considerada uma das obras mais significativas e representativas de Gaskell. O trabalho foi extremamente elogiado pelos leitores do mundo inteiro, e por vários contemporâneos de Gaskell, entre eles a autora Charlotte Brontë que o descreveu como "gráfico, conciso, penetrante e perspicaz. De fato, os críticos mais modernos têm insistido que o romance realista contém ainda um ar irônico, quase um elemento subversivo. Os críticos também elogiaram a caracterização de Gaskell em Miss Matty, que dizem ser uma das suas mais notáveis criações literárias.
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