Criador e Criatura

Criador e Criatura Luigi Ricciardi


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Criador e Criatura





Criador e Criatura remete a um espelho, ao momento em que sujeito que cria e sujeito criado inevitavelmente se olham. As criaturas de Ricciardi são iconoclastas: não se contentam apenas em adorar seus criadores; ao contrário, apontam-lhes o dedo, expõem os momentos de preguiça e descuido de seus demiurgos. Os criadores, por sua vez, descobrem que também foram criados, que também são imperfeitas semelhanças de outros sujeitos – ocultos, indeterminados (e, em alguns casos, inexistentes). A brincadeira brinda o leitor com a sugestão de uma vertiginosa cadeia de criadores olhando não para os céus, mas para dentro de si e indagando-se sobre o que há por trás das teclas do Word do sujeito que os escreve. É um exercício admirável e primoroso de meta-literatura – e, claro, de literatura, com L maiúsculo, capaz de contornar Maringá com metafísicas, com metalinguagem. Com vida.

Luigi Ricciardi é o dervixe atrás disso tudo. Reconhece-se criador, mas não nega sua condição de criatura: eis aí a grande potência do livro. Se, em alguns casos, o autor se coloca como sujeito criado, rebelando-se e colocando em xeque a existência de um paraíso além-vida, em outros, Ricciardi exerce com domínio a arte da criação. No conto que dá nome ao livro, Ricciardi descreve o delicioso e angustiante jogo de xadrez entre inventor e invenção. O diálogo preciso (e é possível dialogar com aquilo que criamos?), o fluxo de consciência, a rédea e o controle da situação demonstram um autor estudioso, dominador de intrincadas técnicas literárias. E, se possui a técnica na rédea curta em uma mão, na outra não se deixa levar pela sisudez: brinca com mestres literários, desfila com personagens maringaenses, com futebol, com amores e elegias sobre ruas da infância.

Contos

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Resenhas para Criador e Criatura (3)

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Genial ou loucura???
on 25/1/16


Nesse livro o autor, Luigi Ricciardi, desafia os limites da ficção ao colocar o escritor e seus personagens frente a frente. O livro é composto por dezessete contos onde o autor coloca o escritor como alguém que brinca de ser Deus, sem ter-se em conta a realidade ou a fantasia. Antes mesmo de ler o livro eu já tinha uma vaga ideia sobre como iria me sentir ao lê-lo, pois existem resenhas muito boas sobre o mesmo, mas decidi me arriscar e percebi que o livro não é realmente parte do qu... leia mais

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Ileana Dafne
cadastrou em:
13/01/2016 21:57:27