Antonio Penteado Mendonça é índio cacique na limitada tribo dos que veneram a História Paulista. Com domínio da matéria e coragem de escritor combativo, aborda, no microfone e na coluna de jornal, temas hoje tidos por "explosivos" na área do correto/
incorreto político. Fundação de São Paulo, bandeirantes escravocratas, o cotidiano em Palmares, por exemplo. Nessa fúria de servir e amar que o iguala ao desempenho dos velhos profetas, reserva espaço para o lirismo e o humor. Lirismo ao contemplar o pôr-do-sol desde a ponte do rio Pinheiros; reclamar espaço para as paineiras, lamentar o empalidecer das quaresmeiras. Humor ao descrever o passeio em bicicletas ao Butantã, o pedido de asilo do filhote de hipopótamo, a legalização dos assaltos na Rebouças.
Está aqui um livro que, uma vez lido, deixa saudades, insinua a releitura. Habemus cronista paulistano. O que é ótimo!
Crônicas