Crónica de D. Pedro I

Crónica de D. Pedro I Fernão Lopes


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Crónica de D. Pedro I


Biblioteca Histórica de Portugal e Brasil




Crónica do senhor rei Dom Pedro, oitavo rei destes regnos / Fernão Lopes ; introdução de Damião Peres.
[Pedro I, Rei de Portugal, 1320-1367--O Justiceiro | --O Cruel | Portugal--História | Cognomes]
Uma versão revista, integral, da 1ª edição crítica da Crónica de D. Pedro I, publicada em Roma em 1966, foi preparada pelo seu autor, Giuliano Macchi, para esta 2ª edição. Devido à sua morte repentina, Macchi não pôde realizar as verificações e ajustes que as fases seguintes da produção do livro naturalmente iriam exigir. A minha intervenção teve por objectivo minimizar os efeitos dessa imprevisível impossibilidade e contribuir para que o resultado final fizesse justiça ao saber e ao rigor que os seus trabalhos sempre demonstraram. (...).

[Sobre o Autor]: São escassos os dados biográficos conhecidos sobre Fernão Lopes. Os testemunhos documentais de que dispomos informam, sobretudo, sobre os cargos que ocupou ao serviço dos primeiros reis da dinastia de Avis. Por certidões de 1418, sabe-se que exercia as funções de "guardador das escrituras do Tombo" e "escrivão dos livros" de D. João I e D. Duarte. Foi "escrivão da puridade" do infante D. Fernando, a partir de 1422, e, em 1437, lavrou o testamento do infante martirizado em Tânger, já como "tabelião geral" do reino. Em 1457, D. Afonso V substituiu-o nas suas funções por Gomes Eanes de Zurara, sendo de 1459 a última notícia relativa à sua vida. Enquanto cronista oficial sob as cortes de D. João I, D. Duarte e regência de D. Pedro, redigiu as crónicas de D. Pedro, D. Fernando e D. João I. As suas funções simultâneas como guardador das escrituras e cronista-mor do reino acabam por favorecer o seu legado como historiador, visto que a composição das crónicas dependeu do conhecimento e selecção do material a que tinha acesso. Data de 1434, segundo Damião de Góis, a sua investidura por D. Duarte do cargo de cronista do reino, ao ser-lhe confiada a missão de colocar em crónica "as estórias dos reis que antigamente em Portugal foram", bem como os "grandes feitos e altos do mui virtuoso" rei D. João I, seu pai. Desta crónica geral, além do testemunho do seu sucessor, não havia nenhum vestígio até serem encontrados os manuscritos da Crónica de Portugal de 1419, que têm sido considerados de sua autoria. Com efeito, as alusões de Fernão Lopes, nas suas crónicas, a textos anteriores sobre os primeiros reis, assim como o conteúdo e circunstâncias de composição destes manuscritos, parecem corresponder a esse projecto historiográfico mais amplo de que fora incumbido o cronista. Mas é acima de tudo pelas crónicas de D. Pedro, de D. Fernando e de D. João I (que chegaram até nós por apógrafos do século XVI) que o talento e excepcionalidade como historiador e como escritor, relativamente aos cronistas medievais, se afirmou. Não se trata para o cronista de refundir textos historiográficos anteriores, mas de elaborar em novos moldes a narração do devir histórico, individualizando os protagonistas na sua compleição psicológica denunciada em acto, encenando os episódios históricos no mesmo momento da sua ocorrência, emprestando tanto quanto possível verosimilhança ao encadeamento dos factos. É no prólogo da Crónica de D. João I que o cronista expõe o seu objectivo e método de historiar inovador. O seu desejo é "em esta obra escrever verdade sem outra mistura", para o que faz concorrer toda a gama de documentos possível, desde narrativas a documentos oficiais, confrontando-os entre si para assegurar a veracidade dos registos existentes: "Oh com quanto cuidado e diligência vimos grandes volumes de livros, de desvairadas linguagens e terras, e isso mesmo púbricas escrituras de muitos cartários e outros lugares (...). Nem entendais que certificamos cousa, salvo de muitos aprovada, e per escrituras vestidas de fé [...]".

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on 1/12/21


É leitura bastante diferente e ouso dizer, rara leitura. Crónica do rei Pedro I, de Fernão Lopes, escrita por volta dos anos 1430. É um texto bem curioso sobre dois reis Pedro, o português e o castelhano. Ambos cruéis e dados à violência. O Pedro castelhano é particularmente perverso. O livro inteiro é uma longa coleção de pessoas sendo terrivelmente punidas, enforcadas, decapitadas, flechadas, afogadas, esfaqueadas, espancadas, amassadas, queimadas e mais coisas que o valha. No entant... leia mais

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Valdirene
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orffeus
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