A obra de Renato, de tão real, nos parece fantástico. Mas é real. E é fantástico. Certamente, isto é o que menos interessa em Crônicas Xinguaras. O autor revela evidente intimidade com a escrita narrativa e nos faz uma radiografia da vida dos que se aventuram Amazônia a dentro, especialmente a partir da década de oitenta.
Fala-nos de fatos e gentes. Das agruras e das alegrias de um povo que se identifica na dor e não embrutece. Tem 'visage', rapariga e pinga. Tem luta, esperança e vida. Tem política e denúncia. Tem rios e matas. Tem, sobretudo, muita sensibilidade depositada em cada linha dessas prosas.