Aqui estão as famosas páginas de André João Antonil (Lucca, Toscana, 1649 - Salvador, 1716), um dos nomes mais expressivos da historiografia brasileira. Este volume compõe-se de um estudo pormenorizado da vida econômica colonial na aurora do século XVIII. Inúmeros críticos o classificam como a primeira história econômica do Brasil.
O autor relata com minúcias a vida e a faina dos primeiros brasileiros para construir uma nova nação por intermédio do trabalho. Antonil nos mostra como funcionavam os engenhos de açúcar, a vida dos colonizadores, o cultivo e o tratamento do tabaco, seu fabrico e até o modo de usar, além de explanar sobre as descobertas do ouro em Minas Gerais. Conclui o autor com uma exposição sobre a criação de gado nos campos do Brasil. Prefaciado por Afonso d'Escragnolle Taunay, esta obra ainda apresenta vocábulos e expressões usados por Antonil e registrados por A. P. Canabrava.
O livro de Antonil, publicado em 1711, provocou a censura do rei, receoso de que outros povos viessem a cobiçar as riquezas da colônia portuguesa decantadas aqui. O volume ficou quase um século desaparecido e ressurgiu pelo esforço de pesquisadores luso-brasileiros. Foi Capistrano de Abreu quem, por fim, estabeleceu a autoria deste livro que passou dois séculos com a pouco esclarecedora rubrica de um Anônimo Toscano.
A sobrevivência de "Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas" permitiu que hoje tivéssemos acesso às páginas do livro de Antonil, que fornece uma contribuição fundamental para o entendimento da vida econômica brasileira nos primórdios do Brasil Colônia.
História do Brasil / Não-ficção