Três dos mais importantes antropólogos do século XX em ensaios brilhantes e inéditos.
Os trabalhos de Margaret Mead, Ruth Benedict e Edward Sapir foram fundamentais na afirmação do conceito de cultura como fator explicativo das diversidades sociais. Nesse livro, o tema que os aproxima é central em seu campo: o que, no comportamento humano, pode ser atribuído à cultura e o que é próprio do indivíduo?
Margaret Mead sugere, a partir de seu consagrado estudo com um grupo de meninas em Samoa na década de 1920, que os "problemas da adolescência" nos Estados Unidos não podiam ser imputados a características da idade, mas eram próprios de uma cultura específica.
Ruth Benedict se detém na etnografia de povos indígenas norte-americanos e afirma que cada cultura reúne elementos de origens díspares, que de certa forma são integrados segundo um padrão particular. Essa perspectiva lhe permite reelaborar a questão, muito debatida na época, acerca de indivíduos "desajustados".
Edward Sapir, sustentando a necessidade de descobrir o contraste entre cultura e personalidade, mostra que, embora relativamente padronizados, os valores da cultura se realizam no indivíduo de forma diferenciada. E admite que, para o antropólogo, interessam os comportamentos individuais e sociais, pois ambos são projeções da experiência pessoal na análise dos fenômenos sociais.
Inclui apresentação esclarecedora de Celso Castro.