Alguns horizontes se abrem nesta obra de Ida Elizabeth Cardinalli. Um deles, é a possibilidade de aproximação com o pensamento de Medard Boss, médico psiquiatra suiço tão pouco compreendido entre nós, profundamente influenciado por Martin Heidegger, cujo pensamento sobre o ser e o existir humano tornou possível um novo caminho para a compreensão do homem sadio ou enfermo, livre das concepções racionalistas e subjetivistas. Um outro horizonte é a compreensão da doença por Boss, em especial a esquizofrenia, não como um conjunto de sintomas previamente determinados, mas como um modo de existir no mundo, como uma retratação das possibilidades efetivas de realização da própria existência. Ainda um outro horizonte desponta no modo vigoroso como a autora corresponde ao convite, feito por Boss, para percorrer o caminho fenomenológico ao mostrar as dimensões efetivamaente humanas quando prioriza o esclarecimento da experiência do existir esquizofrênico.