Deus em questões

“Não sei se existem neste momento, sobre a terra, páginas tão novas sobre temas de sempre, como estas de Frossard”, afirma Jean Guitton no Figaro, ao apresentar Deus em questões ao público francês. Trata-se efetivamente de uma obra que rompe todas as classificações, na qual se mesclam a “experiência da fé”, a experiência de vida e a extraordinária lucidez de um dos grandes intelectuais dos nossos dias.

O autor dispensa apresentações. Deus existe, eu O encontrei e Diálogos com João Paulo II tornaram-no bem conhecido do público brasileiro. Dispõe de uma cultura invulgar em matéria de história geral e história das idéias, está familiarizado com os descobrimentos e teorias científicas mais recentes, e é amplamente versado em literatura; e também compreendeu a doutrina católica a tal ponto que ela forma nele um saber de fundo que lhe permite entender e ajuizar todos os demais saberes. Essa fusão de cultura humana e de espírito de fé permite-lhe tratar dos temas doutrinais com o desembaraço do pensador leigo.

É exatamente esta perspectiva que dá todo o seu sabor e toda a sua originalidade a Deus em questões. Nas respostas que dá às quarenta e sete perguntas formuladas neste livro, interrogações às vezes espinhosas ou críticas, percebe-se o desassombro de quem pisa no solo firme da fé, e por isso está imbuído de uma alegre liberdade de espírito. Escrita num estilo denso e musical, é uma obra destinada tanto àqueles que crêem como àqueles que duvidam. Os primeiros encontrarão nela novas e iluminadoras considerações sobre o que já sabiam; e os segundos verão dissipar-se as suas angústias ao contato com a alegre e bem-humorada segurança desse homem que encontrou a Deus.