Diário completo de Lúcio Cardoso, escritor, dramaturgo e poeta brasileiro. Lúcio Cardoso é considerado expoente da literatura de cunho intimista e introspectiva que despontou no Brasil na década de 1930. Embora sua escrita costume ser associada à chamada literatura psicológica, iniciou sua carreira com dois romances de cunho sociológico, Maleita (1934) e Salgueiro (1935), com marcada mudança de rumo em Luz no Subsolo (1936).[2] Sua literatura, a partir de então, prioriza o questionamento da condição humana e de valores como o bem e o mal, como nos romances Mãos Vazias, Inácio, Dias Perdidos e nas novelas O Enfeitiçado e Baltazar, dentre outras da década de 1940. Sua obra inaugura na literatura brasileira um mergulho no cerne do indivíduo moderno, em que os dramas, as dúvidas e os questionamentos existenciais se sobrepujam à descrição naturalista ou à crítica social. Sua obra-prima Crônica da Casa Assassinada (1959) é um dos livros mais cultuados da literatura brasileira, tendo sido traduzido para o francês, italiano e inglês. A literatura de Cardoso teria imenso impacto sobre a obra de Clarice Lispector, de quem foi amigo e mentor, e a qual lhe dedicou uma ligação amorosa explicitada em sua correspondência.
Literatura Brasileira