Dicionário de Silêncios

Dicionário de Silêncios Luiz Arraes


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Dicionário de Silêncios





Os leitores vão encontrar neste livro pelo menos duas qualidades que se destacam imediatamente: a rapidez e a sutileza. Os contos podem ser lidos em poucos minutos, num abrir e fechar de olhos, para usar o lugar-comum. Mas tudo se realiza com uma habilidade de quem conhece os caminhos da narrativa, sempre num jogo de artífice. Por isso é preciso não se enganar: a rapidez tem seu preço, sua armadilha de silêncios, sua estratégia de segredos.

“A luz e a fresta” e “Tarde em Lisboa” são exemplos de contos que podem integrar uma dessas grandes antologias em que estão reunidos os melhores de cada parte do planeta. Sem exagero. Sem qualquer exagero. Basta acompanhar a criança de “A luz e a fresta” na sua solidão de dor; ou o homem da tarde em Lisboa com lágrimas no fim do dia.

Há em Luiz Arraes aquilo que costumo chamar de simplicidade com sofisticação. Ou seja, o texto chega aos olhos do leitor com aparente — reiterando: com aparente — facilidade. De leitura rápida e fácil. Sim, fácil, porque são frases quase sempre curtas, simples, e ali está escondido um universo humano que se debate, que se joga no abismo da sofisticação, da elaboração paciente de cada palavra.

Porque aqui cada palavra e cada frase têm um sentido exato. Basta lembrar que o autor trabalha sempre com elipses, usa cenas e evita os cenários, a não ser quando metafóricos ou simbólicos, mesmo assim sem muita eloquência. A ação — que é sempre uma cena — mobiliza a história e o personagem, segue numa linha de significados internos que precisam ser identificados com sutileza pelos leitores.

Nada difícil, nada mesmo. O que se diz é apenas para aguçar a sensibilidade do leitor. E se este tiver o cuidado de observar o conjunto da obra, o desenvolvimento dos contos, o amadurecimento do texto, observará que Luiz Arraes foi se tornando cada vez mais hábil, alcançando uma espécie de silêncio narrativo que somente se encontra em autores com absoluto domínio da técnica.

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Resenhas para Dicionário de Silêncios (1)

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Curtas e cortantes narrativas
on 11/9/13


Assim como em um dicionário, os contos-verbetes de Luiz Arraes não se estendem pelas páginas. De maneira breve e intensa, o autor expõe um panorama sobre as relações humanas, a falta de diálogo, nossos silêncios de todo momento. A nossa incomunicabilidade. Nem todas as histórias são igualmente interessantes, mas trata-se de um conjunto muito bem escrito.... leia mais

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