Doentes De Paixão

Doentes De Paixão Ana Vera Lemos


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Doentes De Paixão


Doces Momentos nº 12




Naquele dia, o Dr. Sílvio tinha o ar cansado. Os cabelos louros caíam em desalinho sobre a testa e seus olhos azuis estavam um pouco avermelhados. O cansaço dominava-o por completo após mais um dia estafante de trabalho no Hospital das Clínicas. Era recém-formado em Medicina e cumpria agora um estágio, na ala de ginecologia, especialidade a que pretendia se dedicar. Olhando para trás, recuando um pouco no tempo, era impossível acreditar que aquele garoto que vendia salgadinhos na praia de Guaratuha poderia ter chegado ao que era. E não fora com pouco esforço que o conseguira. Agora, depois de todo o percurso, sentiu que precisava de umas férias. Para isso, nada como uma cidadezinha do interior, onde morava seu amigo. Apesar de um pouco provinciana e da mentalidade bairrista de alguns, era uma cidade agradável de se viver. Muito hospitaleira, tinha um cinema, uma igreja com sua tradicional pracinha e um clube social. Enfim, uma cidadezinha como tantas outras. Esperava sossego ali. Quando os olhos verdes de Cleide encontraram-se com os azuis de Sílvio, ele sentiu um friozinho gostoso e estranho percorrer o estômago e depois subir à cabeça, provocando uma vertigem deliciosa. Quando as duas mãos estendidas tocaram-se e o calor de uma misturou-se ao calor da outra, Sílvio percebeu que nunca mais seria o mesmo.

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cacautoledo
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18/01/2010 16:51:16

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