Esta obra discute um dos principais dilemas da Educação Infantil: a dicotomia entre cuidar e educar. Afinal, deve o professor ser um cuidador? Ou tem ele se concentrar no ensino de conteúdos escolares?
Heloisa Helena Oliveira de Azevedo constata que, embora o binômio cuidar-educar seja indissociável em teoria, a prática revela cisões e contradições. Pesquisas demonstram que, se para crianças de até 3 anos, a ação do professor privilegia o cuidar - dar banho, fazer higiene, alimentar etc. -, ocorre o inverso para as que têm entre 3 e 5 anos, com a prioridade deslocando-se nesse caso para o educar - aprendizagem de leitura, escrita etc.
Essa concepção dualista repercute na formação e na atuação dos profissionais da área. Procura-se o adulto maternal para os anos iniciais da Educação Infantil e recorre-se ao professor quando a ênfase passa a ser a alfabetização. Construída historicamente, tal distinção impõe um obstáculo à valorização social de quem atua em uma mesma atividade. Suas consequências propagam-se, ainda, pelos anos posteriores, dificultando também a integração com o Ensino Fundamental.
Educação / Pedagogia