Rodrigo Patto Sá Motta desenvolve neste livro uma abrangente avaliação do impacto exercido pelo anticomunismo no Brasil, trazendo à tona o papel desse fenômeno na dinâmica da nação, no decurso do século XX, particularmente nas conjunturas críticas de 1935/37 e 1961/64, quando as ameaças imputadas ao comunismo forneceram o principal argumento para as duas rupturas institucionais mais sérias do período republicano, origem dos regimes autoritários de maior duração já sofridos pelo país.
Em conjunto com o histórico das ações empreendidas pelos anticomunistas, o autor faz um rico e instrutivo levantamento do universo de representações que elas produziram acerca de seus inimigos. Ao longo de sua atuação em nosso cenário político, os comunistas foram configurados por estes seus adversários sempre como personagens dos mais nefastos, violentos, ateus, imorais (ou amorais), estrangeiros, traidores, tirânicos etc. nas versões mais extremadas, assumiram as feições de parceiros do próprio diabo - representações maniqueístas, que cumpriram a contento o papel de demonizar os seus ideais e atalhar a sua propagação no Brasil.
Trata-se de uma obra que tem como objetivo enriquecer os conhecimentos históricos, políticos e sociológicos de todos aqueles que estão preocupados em chegar a uma visão crítica e objetiva de um dos mais nefastos períodos da vida brasileira.
História do Brasil