Em pele de folha, rio me criou

Em pele de folha, rio me criou Rosa Paiva


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Em pele de folha, rio me criou





Se te perguntarem de onde veio
quanto sangue e terra escoam de sua história?
A poesia que carrega os cabelos negros da avó
escorridos em rosto caboclo,
a poesia brasileira, sua poesia.
em pele de folha, rio me criou é um chamado para trás,
um exercício de encorpamento,
são páginas que fecundam uma memória canalizada
à margem do leito
e revelam os mortos. Estão todos aqui, apontando as flechas
pacientemente à espreita enquanto nossa dormência
segue ferindo.
Não queria ser tão pessoal, mas
lembro quando me leu os primeiros poemas deste livro
o karaokê na Liberdade, eu, você, Marcelo e o arrebatamento,
não havia mais nada além de ar
e silêncio,
a imagem guarani na sua garganta, ninho de palavras-alma,
elas desabrocharam, eu vi.
E, para além da contemplação, há
a iminência do incêndio,
uma convocação
do que já não sabemos ser,
ser fruto
de mato órfão,
de uma mãe não pátria, cicatriz
do território
germinada
Rosa.

Laís Efstathiadis
poeta, dramaturga e atriz

Poemas, poesias

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