Entre o Quadro e a Parede é o vazio necessário do qual nos lembramos e dentro do qual nos esquecemos. O Quadro, primeira seção da obra, realiza a trajetória pelo ato da criação estética; uma ode metalinguística à arte e, especificamente, à poesia. A Parede, na segunda seção, é a estrutura fundante que ampara de maneira desestruturada a vida e, claro, a morte; matéria constituída do desejo do outro — ainda que não o apreendamos, posto que não se apreende o próprio desejo —, matéria que se encarrega de dar suporte ao poema. O Meio, forma de se escrever um vazio, por fim, reúne Quadro e Parede a partir do amor que nos possibilita a linguagem e, por essa razão, a própria existência; ausência e presença a um só tempo, o vazio é o sentido que assegura a poesia.
Poemas, poesias