O objetivo deste trabalho é mostrar que as teorias epistemológicas que pretendem mapear os traços distintivos da racionalidade científica, especificando para isso suas semelhanças ou diferenças frente a outros projetos cognitivos, acabam vinculando-se, de modo mais ou menos direto, a determinadas compreensões de significado, em particular, ou de linguagem, em geral, das quais não podem prescindir as suas adequadas fundamentações, e especialmente as de suas concepções acerca das relações entre ciência e não-ciência. Oferece o autor, com tal intuito, uma análise das teses semânticas e lingüísticas adotadas pelas metaciências que coloca aqui em discussão, e o modo como tais teses contribuem decisivamente para a fundamentação dos modelos de racionalidade científica perfilhados no âmbito dessas teorias epistemológicas.