Escritura e Nomadismo é um texto notável. Revela o percurso da dimensão humana, passando por impasses e pela busca conceitual movente de Paul Zumthor até chegar a oferecer possíveis caminhos, resultantes de glosas e bricolagem de teorias digeridas ou devoradas durante anos. Ao longo desse trajeto, dividido no livro em duas partes, o autor-nômade pensa as questões relativas à música, à literatura, à dança, ao cinema e aos demais tipos de expressão de seu tempo para se fixar como "nativo" no território imaginário: a arte. Na primeira parte, "Entrevistas", fala sobre a infância, a formação e a profissão de medievalista. Na segunda, "Ensaios", as ricas discussões sobre a poesia e o corpo, as oralidades do Quebec, a condição de emigrante e a questão da alteridade dão o tom. Buscando sua identidade nuclear aqui e ali, encontra no precário e no provisório uma trilha para aquilo que pode radicá-lo no mais primário território: o imaginário.