O menino onda que passa alguns dias em companhia do avô e volta diferente. “As estrelas sumiram entre nuvens pesadas, o quarto encheu-se de escuridão, e o Menino, por fim, choveu”.
A mulher que se relaciona com Ninguém através de cartas. “Querido Ninguém, avise-me de algum modo que você tem recebido minhas cartas. Mando-lhe cartas, porque num dia qualquer de um mês qualquer de um ano inesquecível, prometi escrever-lhe.”
Uma concha em forma de caracol onde moram as lembranças de um caso de amor tumultuado e triste. “Eram noites apaixonadas e divertidas. Tempos depois Marion me matou um pouco”.
As narrativas de “Espiral – Contos e vertigens”, segundo livro de Luciana Chardelli, falam de relações afetivas, mais perdas que ganhos, violência (em alguns casos), sem abrir mão da poesia e de um certo ‘desconcerto’ em relação ao mundo. “Hoje, a sensação que tenho é de que sou um armário de adolescente. Há uma intensa bagunça em mim”.
Como boa escritora, e como escrever é tarefa árdua, a autora levou dez anos burilando os textos, aperfeiçoando-os, deixando-os maturar. O resultado são histórias belas e sensíveis, com um toque de humor, que refletem com sutileza sua personalidade.
Luciana Chardelli Nunes nasceu em 1968 no Rio de Janeiro. Cursou jornalismo e posteriormente formou-se em direito. É advogada, pós-graduada em direito penal e direito processual penal pela Universidade Cândido Mendes. É autora do romance "Penso, logo insisto: um desencontro" e colaboradora da revista literária online Obvious Magazine – http://obviousmag.org/ – há dez anos.
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