O roteiro geral deste manual segue, quase sem exceção, o rastro das perguntas ou das dúvidas apresentadas por este ou aquele aluno, o dos problemas encontrados nas orientações, ou das premissas que os causavam. Alguns outros temas foram incluídos porque toda essa experiência os arrastava para dentro do argumento. Às vezes parecerá que são questões demasiado óbvias, ou alheias ao argumento, mas, se trato delas, é porque alguma vez comprovei que, malgrado as aparências, não o são. Ou não o são para todos. Essa abordagem “etnográfica” é coerente com esse imperativo etnográfico que, como veremos mais adiante, tomou conta da nossa atividade: e a etnografia está continuamente a focar questões que ninguém mais foca porque, supostamente, são óbvias. Se devemos ser etnógrafos, deveríamos sê-lo também na hora de contar como se faz essa disciplina que se quer reflexiva.
Trata-se de um manual, sui generis mas manual; se outros manuais são algo assim como os textos constitucionais do país da antropologia, este pretende ser algo mais parecido a um guia para viageiros –esses guias que eventualmente indicam aonde é costume pagar suborno ou quais praias maravilhosas se tornaram engarrafamentos a beira-mar.
Didáticos / Técnico