É uma narrativa dos últimos vinte anos agitados da periferia de São Paulo, bairro da zona leste, quando ali chegou o terminal do metrô. Era um benefício moderno para o transporte de massas.
No entanto, esse terminal estava longe de atingir os confins da cidade e passou a ser complementado por outros meios: ônibus, peruas (kombis) e vans. Essa era uma iniciativa particular que passou a gerar todo tipo de tensões, disputas, conflitos, contradições enfim.
A narrativa de Sacolinha é construída com a exposição das características dessa mistura entre o moderno e o antiquado, mostrando um capitalismo de pequenos negócios, de sucessos e fracassos, numa espécie de luta de todos contra todos.
Em Estação Terminal não há heróis, nem vilões, ninguém é portador de valores propriamente civilizatórios, nem vazios de humanidade. O que se configura é a luta para ganhar (ou perder) a vida, homens e mulheres pobres ou mal remediados, todos carregando os danos da difícil sobrevivência.