Ética e Corrupção

Ética e Corrupção Raquel Beatriz Junqueira Guimarães...


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Ética e Corrupção (Cadernos Temáticos do Nesp #2)


dilemas contemporâneos




A publicação traz o registro do seminário Ética e Corrupção: dilemas contemporâneos. No capítulo de abertura —Alguns Apontamentos sobre Corrupção —, Robson Sávio Reis Souza, atual coordenador do grupo gestor do Nesp, situa o leitor ao discutir de modo amplo a questão da corrupção no âmbito das democracias contemporâneas, fornecendo dados e informações que são um convite à reflexão sobre a sua ocorrência na atual conjuntura brasileira.

Na sequência, tal como ocorrido no seminário, ao grande tema Ética e Corrupção, três especificidades se associaram: cotidiano, mídia e política.

O primeiro painel Ética, Cotidiano e Corrupção convoca o leitor a refletir sobre esta que tem sido a A Nossa Corrupção de Cada Dia, título da palestra proferida pelo professor do Curso de Filosofia Sérgio Murilo Rodrigues, que aponta como o que habitualmente denominamos "o jeitinho brasileiro" tem sido coadjuvante no exercício diário das pequenas corrupções cotidianas que impregnam uma cultura supostamente avessa a normas e que naturaliza práticas corruptas. Segue-se a discussão empreendida pelo professor José Luiz Quadros de Magalhães, do Programa de Pós-graduação em Direito, que, a partir de um conjunto de premissas, coloca em evidência a importância da reflexão sobre o porquê da corrupção, deixando claro a inocuidade de uma atuação repressiva — pautada no direito penal, portanto, no aumento do controle e da punição —, que incide apenas sobre os seus efeitos. E prossegue localizando a corrupção na estrutura e nas representações simbólicas de um sistema social, econômico e político intrinsecamente corrupto. Fechando o primeiro painel, em sua palestra Racionalidade e Vida Cotidiana, o professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), José Luiz Furtado, associando liberdade e responsabilidade, problematiza a racionalidade presente no cotidiano contemporâneo, o que resulta em uma instrumentalização da existência que deve ser combatida. Para isso, propõe o exercício de uma filosofia da vida cotidiana, cuja tarefa será refletir sobre as diversas estratégias de racionalização da existência adotadas pela modernidade.

O segundo painel articula Ética, Mídia e Corrupção. Iniciando o debate, João Paulo Cunha, jornalista e editor do caderno Pensar do jornal Estado de Minas, na palestra intitulada A dívida da Imprensa, destaca o jornalismo contemporâneo em sua função civilizadora, entretanto marcada por limites estruturais e conjunturais que precisam ser superados. Na sequência, o professor do Departamento de Filosofia, padre Márcio Paiva, em Ética, Mídia e Corrupção: horizontes e desafios, problematiza o agir ético em contraponto à corrupção, que ele aborda desde perspectivas diversas, dando destaque a uma corrupção microscópica que invade e se estabelece como cultura, e ressalta o importante papel da mídia para a consolidação da democracia e de uma ética cidadã.

No terceiro e último painel, Ética, Política e Corrupção, o professor do Curso de Psicologia William Castilho, numa perspectiva psicanalítica, analisa a corrupção como desvio perverso do poder e distúrbio narcisista e destaca o cuidado de si como atitude ética e política. Em seguida, o professor do Curso de Filosofia João Carlos Lino Gomes aponta a importância da educação na luta contra a corrupção. Não uma educação que adestra e tem como objetivo a apropriação instrumental da realidade, mas aquela que, numa perspectiva filosófica, possibilita ao sujeito condições morais e intelectuais de lançar luz sobre o mundo e sobre si, em sua permanente tarefa de produção de sentido. Fechando o painel e encerrando o debate, os promotores de justiça Fabrício Ferragini e Márcio Ferragini diante da pergunta O que temos a ver com a corrupção?, buscam as causas profundas das práticas corruptas historicamente presentes na sociedade brasileira, desde o período colonial, e propõem a educação como forma de combate e luta permanente. Sublinham o controle social como mecanismo adequado para fiscalizar a administração pública, destacando o papel do Ministério Público no combate à corrupção, na defesa da ordem jurídica e do regime democrático.

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