Antes de ter em mãos estas cartas, encontramos um texto colado em alguns postes no centro da cidade. Ele dizia sobre cartas apócrifos e anunciava uma curiosidade quase doentia sobre sua autora: quem escreveu estas cartas? Onde eles estão? Eles se amaram além da linguagem? Colar o texto publicamente em postes, prática muito mais antiga do que imagina-se, é quase como uma voz de desespero. O que leva uma pessoa que encontra uma correspondência perdida a querer saber tanto sobre quem a escreveu?
Se Pedro ou Carolina lerem este livro (ou relerem), não digam quem são, nem o que aconteceu depois do ponto final. Deixem as leitoras e os leitores usarem a imaginação, coisa cada vez mais rara nestes dias pós-pandêmicos.
Literatura Brasileira / Romance