EU VI A LUA

É misterioso e de grandeza infinita o mundo de Ayahuasca. Intrinsecamente velado, se nos apresenta somente pelas brumas da espiritualidade, descortinando o invisível para o mais perto de nós, seres humanos em busca do autoconhecimento. Os que já se deixaram levar por sua finíssima e encantadora luz - e tiveram oportunidade de adentrar em si mesmos - por certo sentiram a presença delicada da essência feminina a lhes conduzir para além da própria floresta, onde vicejam as plantas sagradas que o compõem, aos imensuráveis mistérios de sua recôndita natureza.
Nesse universo singular, as histórias das mulheres ayahuasqueiras trazem, pelos ângulo sempre sensível e profundo que constitui a experiência feminina, a revelação, por sua face mais íntima, da natureza humana e social das religiões que têm na Ayahuasca seu sacramento. No dia a dia de sua luta pela sobrevivência, na interação com seus metres, amigos, esposos, estas são histórias muitas vezes de dor e desamparo - mas sobretudo de superação, de devoção, de vitória pessoal.

Literatura Brasileira / Religião e Espiritualidade