Jovem aluno da Escola Militar, revelou cedo, em 1888, seu temperamento rebelde e firme; por entusiasmo republicano, discutiu asperamente com o ministro da Guerra, tendo sido preso e desligado do Exército na Monarquia e readmitido na República, por Benjamin Constant. Engenheiro, amigo de Júlio de Mesquita, seguiu em 1897 como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo para Canudos, onde testemunhou o final da sangrenta campanha contra Antônio Conselheiro e seus seguidores. Suas descrições do Nordeste, da natureza e do homem, o consagraram em 1902 como o maior escritor de seu tempo, ao publicar Os Sertões, laboriosamente escrito desde que presenciara o drama daquelas populações deserdadas. A obra monumental revolucionou a imagem que o Brasil urbano, sulista e litorâneo fazia do Nordeste e do sertanejo. Colaborador de Rio Branco, chefiou missão diplomática na Amazônia, onde participou em trabalhos de demarcação de fronteiras. Além de numerosos artigos, publicou mais duas importantes obras: Peru versus Bolívia e Contrastes e Confrontos.
(César Benjamin)
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